O presidente da câmara, Jorge Sequeira, considerou ser “confrangedor para fim político e partidário” ver a coligação PSD/CDS-PP dizer “coisas que não são verdade”

 

O “Relatório e documentos de prestação de contas 2020” foram aprovados por maioria com 13 votos a favor, sendo 12 do PS e um da CDU, e sete votos contra da coligação PSD/CDS-PP. O deputado Pedro Gual acabou por usar argumentos semelhantes àqueles que foram apresentados pela coligação PSD/CDS-PP em reunião de câmara. A oposição critica o facto de este ser “o terceiro ano em que a câmara tem o orçamento revisto em baixa”. “Desde 2017 até 2020 cerca de 17 milhões de euros não foram investidos na cidade”, indicou Pedro Gual, dando como exemplos a criação dos courts de ténis e a ampliação do Parque do Rio Ul para Sul. A oposição voltou a questionar o impacto da Covid-19 nos cofres do Município, mas não obteve resposta. O presidente da câmara refutou a acusação do deputado da coligação PSD/CDS-PP. “Vossa excelência sabe que não é verdade que não gastámos 17 milhões. Os fundos comunitários não são suscetíveis de se gastarem todos, vão sendo executados. Esse dinheiro, que é sempre o mesmo (e transita de uns anos para os outros), soma-o” como se tratasse de “um milagre de multiplicação”, criticou Jorge Sequeira, considerando ser “confrangedor para fim político e partidário ver que disse coisas que não são verdade”.

Anunciar projetos sem financiamento garantido “é que é enganar as pessoas”

Anunciar projetos como o de reabilitação do Pavilhão das Travessas, que ainda não tem financiamento garantido, “isso é que é enganar as pessoas”, censurou Pedro Gual, defendendo como correta a postura da coligação PSD/CDS-PP assumida em mandatos anteriores que só depois de ter financiamento é que apresentava o projeto como o das “novas piscinas”. Uma postura exemplar da oposição contrariada pelo presidente da câmara socialista que relembrou o investimento do Centro de Alto Rendimento, mas que podia indicar mais. Ao longo dos 66 anos que conhece S. João da Madeira, “sempre cresceu, nunca parou”, afirmou Jorge Cortez, deputado da CDU, apontando antes alguma estagnação ao nível da população e alguma perda em termos de salários que estão abaixo da média nacional. Se por um lado “o investimento na habitação me impressiona”, o mesmo não acontece com os espaços públicos. A câmara “precisa de melhorar espaços públicos” como “Casaldelo que parece abandonado”, afirmou Cortez.

A Assembleia Municipal aprovou por unanimidade a transição do saldo de gerência no valor de 44 mil euros de 2020 para o orçamento de 2021. Já as contas consolidadas que incluem as da câmara, das empresas municipais Águas de S. João e Habitar, e da Sanjotec foram aprovadas com o mesmo sentido de voto do relatório de contas de 2020.

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