Partiu mais um viajante, p ́ra outro mundo diferente,
E partiu, até dir-se-ia, de um modo exemplar,
Sem quaisquer danos mentais, dos físicos não reza a gente,
Há-os dados pela vida, no seu bem ou mal estar…
Centenário era Armando, da indústria, Comendador,
O líder por excelência, excelente a liderar,
Suas artes tinham asas, as asas de um condor,
De uma envergadura tal pelos ares a pairar…
Com humor peculiar tratava das situações,
Com um sorriso maroto, de uma ironia vadia,
Que nos levava a pensar, se nas suas intenções
Existia a tal verdade que muda no dia a dia!
Correto, pundonoroso, lutador até à morte,
Rejeitava essa partida, programada para o humano,
Até ao último suspiro, aquele que sai na sorte
De quem vive a sua vida num constante “mano a mano”!
E até ao desenlace, a mente sempre brilhante,
A iludir-nos na razão de quem está p ́ra durar,
Do fundo da sua alma num gesto brusco, rompante,
Brandia a sua revolta, que era cedo p ́ra “arrancar”.