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Nos entretantos de um dorme, alternando com um não dorme,
Nestes tempos de reclusão, confinados, encarcerados,
Tentamos quantas maneiras vencer o medo enorme,
Inventando os tais indícios que nos dias foram passados…

Olhamos p´ra além dos vidros, como vai a natureza,
Passam o sol, o frio, a chuva, na cadência impiedosa,
Uma manhã, uma tarde, as noites com ou sem beleza,
Tudo nós vamos sentindo numa esperança duvidosa…

Escreve-se do tema único o que tem de mais oblíquo,
Na incerteza do futuro, por um presente ondulante,
Onde os altos e os baixos, no seu traçado inequívoco,
São a única realidade numa esperança assaz errante…

Por muito que se aposte noutros temas mais diversos,
A nossa pena coitada, pelo drama é arrastada,
E talvez gostasse mais de outras coisas mais dispersas,
De dedicar a intenção a algo de mais nomeada…

Mas não! Há uma atração fatal pela maldição caída,
Sobre uma Humanidade que não esperava um desenlace,
No tal planeta azul, ser a vítima preferida,
De um carrasco impiedoso a esconder a sua face…

 

Flores Santos Leite

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