Conhecidos os resultados eleitorais das eleições autárquicas do dia 26 de setembro, não faltaram politólogos, comentadores e analistas que, habituados a opinar sem qualquer contraditório, lançam atoardas a esmo sem qualquer base científica, tentando puxar a brasa à sua sardinha, atirando para outros a responsabilidade dos resultados eleitorais que, pelos vistos, nunca admitiram como possibilidade.
Em Lisboa, conhecidos os resultados finais, com a perda de cerca de 23.000 votos do PS e a consequente derrota do seu candidato Fernando Medina, socialistas houve que atribuíram a derrota aos resultados da CDU, que subiu ligeiramente a sua votaçao. Situação semelhante se passou em S. João da Madeira, onde o PS não consegue segurar o seu eleitorado e perde cerca de 1.150 votos com a consequente perda de um vereador. Também aqui a culpa foi da CDU, segundo a análise de alguns socialistas que, pelos vistos, se consideram donos dos votos. Os eleitores, livremente, deviam escolher os seus candidatos e partidos sem qualquer pressão ou indução. Sim, digo deviam, porque a alteração à lei eleitoral que permite sondagens, quantas vezes encomendadas, a poucos dias e até poucas horas do ato eleitoral, de alguma forma, condicionam, a meu ver, a intenção de muitos eleitores.