É a primeira de quatro exposições que fazem parte de um projeto do Centro de Arte de S. João da Madeira com parceria e produção do CAO/câmara municipal e apoio da DGArtes
São mais de 40 desenhos provenientes de diversas coleções particulares de Portugal, França, Suíça e Áustria e de instituições nacionais e internacionais, como a Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa) e a Collection de l’Art Brut (Lausanne), aqueles que dão vida a esta exposição dedicada à obra de Jaime Fernandes (1899-1969) que conta com a curadoria de Andreia Magalhães. Podendo ser visitada de 9 de outubro a 20 de março de 2022, a mostra resulta de um trabalho de investigação iniciado em 2019 pelo Centro de Arte Oliva (CAO) que teve como objetivo a localização dos desenhos que Jaime Fernandes realizou nos últimos anos da sua vida e que o tornaram inequivocamente um dos mais reconhecidos artistas da arte bruta europeia.
Em S. João da Madeira, mais concretamente no CAO, encontraremos a reposição parcial da exposição sobre Jaime Fernandes realizada pela Gulbenkian em 1980, com desenhos de três colecionadores. Entre estes, destaca-se Maria Eugénia Cunhal, irmã de Álvaro Cunhal, que foi casada com Fernando da Rocha Medina, médico psiquiatra no Hospital Miguel Bombarda, em Lisboa, onde Jaime Fernandes esteve internado e também viria a morrer.
Recorde-se que o artista oriundo da Covilhã começou inesperadamente a desenhar quando tinha mais de 60 anos e estava internado há mais de três décadas.
O trabalho de Jaime foi descoberto no início dos anos 70 pelo cineasta António Reis e esposa Margarida Cordeiro, médica psiquiatra, que em 1973/74 realizam o filme documental “Jaime”, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.
A inauguração de “Jaime: vi uma cadela minha com lobos” está marcada para este sábado, às 17h00.
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