TÁ LÁ? É DO INIMIGO?
Visto pelo lado sério os assuntos são de meter medo. Mas que ganhamos nós em ficar preocupados por conta? Nada! Quando se começou a falar da seca, com as imagens das barragens e as habituais reportagens da desgraça, qual foi a consequência imediata que nos transmitiram? Que os cereais iam faltar, que o gado não tinha que comer e que, por isso, a carne ia ficar mais cara. E vieram logo as reportagens num talho com uma senhora a queixar-se do preço, por antecipação, enquanto o senhor açougueiro mandava mais umas facadas na peça que tinha em cima do balcão e da qual fazia uns lindos bifes. E se isto era uma notícia “aparentemente” simpática para os veganos, veio a seguir a notícia de que os legumes também iam escassear. Tudo problemas. Caso para dizer “ningun” se fica a rir. Depois temos tido aquela coisa da prevista invasão da Ucrânia pelos russos. Claro que aquelas imagens (sempre as mesmas) dos tanques enormes na neve e os soldados, coitados, a correr no meio de charcos de lama e a detonar uns petardos numa praça de um quartel de treinos também metem medo. Se a isto acrescentarmos as imagens do Putin a falar com os seus ministros numa mesa de 15 metros, com um em cada ponta, a coisa mete ainda mais medo. Mas medo mesmo, muito medo, é aquilo com que ficamos ao ver o Putin a receber governantes europeus – que têm andado num corrupio – na outra mesa branca, a das cerimónias e que também tem aí uns 10 metros, sempre um em cada ponta e nuns cadeirões enormes que os transformam, em termos de imagem, nuns anões a brincar aos grandes. Isso é que mete medo. É claro que os ucranianos têm andado a treinar, aos domingos, com umas armas de pau feitas de madeira, só para meter muito medo aos russos e tentar acalmar o medo e os nervos do pessoal deste lado. Mas acho que não chega. Até porque o petróleo está a subir, as bolsas estão a descer e, acima de tudo, o Putin não é de fiar. Olha-se para ele e vê-se mesmo que o que ele quer é invadir a Ucrânia e não só. E esta parte, a do “e não só”, ainda mais medo aporta para o lado de cá. Se ao menos pudéssemos ligar ao filho, ao filho do Putin, para pedir calma ao pai! Mas não consta que tenha. Mais. A guerra estava prevista para hoje, quarta-feira. Até à hora em que escrevo não havia dela notícia. Mas, atenção! Pode começar domingo que é um dia de descanso. E devia ser proibido começar guerras ao domingo, a menos que fossem num estádio de futebol. Ou então na segunda porque era uma forma diferente de começar a semana. Como diria o Raul Solnado o melhor talvez fosse ligar para lá, para o Kremlin, e perguntar:” Tá lá? É do inimigo? A que horas é que começa a guerra? Só o Putin é que sabe? Então podióchamálu?”
Balha-me Deus!
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