Concerto de domingo passado foi protagonizado pelo Coro de Câmara da Escola de Música de Esposende
O concerto de dezembro do ciclo AcáMúsica, realizado no passado domingo, dia 5, ficou a cargo do Coro de Câmara da Escola de Música de Esposende. Esta formação coral, criada em 2019, apresentou um repertório eclético, que representou, também, a sua dedicação à criação portuguesa para o género, resultado de um trabalho especializado no género ao longo do último ano.
Segundo nota informativa da Academia de Música de S. João da Madeira, o comentário do concerto, realizado por José Luís Postiga, dividiu o espetáculo em três pessoas distintas: Nós, Eles, Todos. Em ‘Nós’ enquadrou o conjunto de peças com base em melodias tradicionais portuguesas, às quais o compositor transmontano Eurico Carrapatoso dedica a sua reconhecida capacidade especial de tratamento harmónico, fonético e tímbrico, para formações vocais sem acompanhamento. Foi o caso das três peças do ciclo “O que diz o vento de Miranda”, o madrigal “Serpa”, ou ainda os rearranjos corais feitos a “O ladrão do negro melro” de Fernando Lopes-Graça ou as “Cantigas de Maio” de José Afonso.
Os reflexos do trabalho desenvolvido em torno deste repertório estiveram patentes na brilhante e cuidada execução, onde se destacaram a notável perceção do texto, mesmo quando envolvido na teia tímbrica de vocalizos criados pelo compositor.
Em ‘Eles’ se escutaram as “Five Hebrew Love Songs” de Eric Whitacre, um compositor norte-americano, cujas produções vocais e instrumentais o levaram a ser galardoado com um Grammy, e considerado como um dos mais importantes criadores de música coral e para cinema, da atualidade. Na sua execução, à direção coral de Helena Venda Lima, juntaram-se Carlos Pinto da Costa, ao violino, e Nuno Areias, no piano.
Com ‘Todos’ o Coro despertou o espírito natalício e ofereceu à plateia um conjunto de canções de Natal que foram do tradicional português “Pela noite de Natal”, da primeira cantata de Natal de Fernando Lopes-Graça, ao internacional “Stille Nacht” de Franz Gruber, cujo segundo texto em língua portuguesa levou a plateia ao murmúrio generalizado de uma “Noite Feliz”. Para terminar, cinco canções tradicionais inglesas, as famosas Carols, que fecharam o concerto com o cheio “Glory to the new born king”, deixando a todos os votos de um Feliz Natal.
“A manhã até estava fria, mas do Auditório Marília Rocha todos saíram de coração bem mais quente”, conforme remata o texto recebido pelo nosso jornal.