Com uma aptidão nata para o basquetebol, Isabel Brandão dedicou-se de alma e coração a uma modalidade que ajudou a crescer na Sanjoanense na vertente feminina, numa altura em que Portugal vivia debaixo de uma ditadura. Haveria de se afastar durante alguns anos, por motivos pessoais, e quando regressou, já sob a bandeira da liberdade e democracia, “já não havia nada que se comparasse”
Hoje, para muitas gerações, a liberdade é um dado adquirido, algo inquestionável, mas este foi um direito conquistado há relativamente pouco tempo, quando há 50 anos, no dia 25 de abril de 1974, um movimento militar depôs o regime ditatorial que se vivia em Portugal e deu início a um processo que culminou com a implementação da democracia. Já lá vão cinco décadas, mas são ainda muitas as pessoas que têm bem presente as diferenças e dificuldades vividas durante o Estado Novo, que vigorou desde 1933 e que tinha por base um regime autoritário e ditatorial, em que as mulheres não estavam em pé de igualdade com os homens e tinham direitos tão limitados que, por exemplo, as impediam de sair do país sem autorização do marido.
Foi um tempo em que a mulher tinha como dever ser mãe, dona-de-casa e esposa dedicada e desde pequena que lhe era incutido o papel de submissa ao homem. Para elas os direitos eram poucos ou nenhuns. Para além de estarem impedidas de votar, as mulheres não tinham acesso a determinadas profissões ou cargos e para muitas decisões dependiam da autorização do homem.
Também no desporto não havia a mesma liberdade e Isabel Brandão viveu de perto essas diferenças. Nascida em 1947, precisamente no mesmo dia em que a Associação Desportiva Sanjoanense também celebra o seu aniversário (25 de fevereiro), Isabel, que dividiu a infância com oito irmãos, confessou que foram tempos “bonitos”, mas reconheceu que durante a adolescência nada foi fácil.
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