
O Vinte e Cinco de Abril é um poema universal. É muito difícil entender a alma quase cósmica dos valores, dos princípios, e dos magníficos versos deste profundo poema. Recordar o 25 de Abril não é relembrar apenas o facto concreto de um golpe militar e de uma revolução popular, com mais cartazes ou menos cartazes, mais canções ou menos canções, ainda que de iniciativa extremamente louvável. Recordar e comemorar Abril é ensinar em tudo quanto é lugar, na escola, na rua, no trabalho, que o 25 de Abril foi um portentoso fenómeno universal de iluminação das consciências, de abertura das catacumbas fascistas, um glorioso hino à liberdade com repercussão e geração de profundas mudanças sociais e mentais não só em Portugal mas em todo o mundo.
O Vinte e Cinco de Abril foi um dos fenómenos político-sociais de maior importância pedagógica dentro de uma sociedade encarcerada em mitos, preconceitos, obscurantismos e grilhetas mentais que formataram e aviltaram a vida até meados do século passado. Os seus valores intrínsecos, mal entendidos e mal interpretados por muita gente, mesmo gente de cultura, foram repensados e desenvolvidos ao longo dos anos e percorreram o mundo de lés-a-lés, reproduzindo-se como elevados conceitos de deveres, direitos, dignidade e justiça do cidadão do mundo. Mas este entendimento, infelizmente, apenas fazia parte daquela humanidade sonhadora, senhora da mentalidade saudável do homem sério, honesto e bem-intencionado. Pondo de lado a enorme ignorância, a incultura, o obscurantismo de qualquer espécie de que muita gente não era culpada, uma parte do mundo é feita de gente sem ponta de humanidade, sem consciência, sem honra nem dignidade, cultivando o ódio e a vingança, vivendo a corrupção e o deus dinheiro acima de tudo, o poder a qualquer preço, a guerra como instituição e a morte como indústria.
Obrigado pelo seu interesse no trabalho dos nossos profissionais. Poderá ter acesso à versão integral deste artigo na edição impressa de 25 de abril ou no formato digital. Assine o labor aqui.