Já poeta não sou

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Já fui poeta da luz quando a palavra alumiava o infinito e o sol nascia dentro de mim.
Quando me vesti de sol e me despi de luar e estreei o mundo no abraço das árvores e no beijo dos rios.
Quando a vida alumiava o infinito e eu nasci na erva e dormi no feno e acordei com melros e rouxinóis e saltitei com os pardais.
Quando meus olhos dormidos casavam a noite e o dia no mesmo silêncio de sonho-menino.
A vida viveu em mim crescendo todos os tamanhos e medindo todos os céus.
Um dia abri as janelas que me disseram haver dentro dos homens e só havia muralhas.
Nada de crianças.
Os homens comeram as crianças
os homens comeram-se crianças
os homens pariram-se adultos.
Também eu fui criança e matei em mim a criança que procuro.
Já não sou poeta, não sou luz da serra nem sombra da noite no alvor da...

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