Conheci meu bisavô tinha eu uns quatro anos;
Hoje tenho uma bisneta com os seus três anos também,
Maravilhosa viagem ao passado dos decanos,
Também à frente o futuro, que uns tem e outros não tem.
Quantas gerações passaram, desfile de pompa e gala,
Numa vivência sem fim recheada de bons dias;
Ao som de árias cantadas, trinados mudos sem fala,
Magia, orquestrais celestes, de sonoras melodias.
Quis a sorte, o destino, que esta tal coincidência
Se traduzisse em tais temas, de curioso cariz,
Onde não houve intenção ou estudo de conveniência,
Só o bisavô foi Luís e a bisneta Maria Luís.
Será que a genética humana traz com ela algo supremo?
Uma mensagem consigo, um sensor especial,
O toque mágico divino, de um concerto onde no extremo
Resida a eternidade deste “sapiens animal”?
Esta matriz do Universo, que gera tempos e espaços,
O passado e o futuro saltando sobre o presente,
A infinitude das coisas, nos seus longos curtos passos.
A controlar a existência, no seu rodar permanente.

Flores Santos Leite