Depois de se ter deslocado recentemente ao seu país para assinar novos
protocolos com as entidades do Governo da Guiné-Bissau, José Manuel
In-Uba, médico dos hospitais de Aveiro e S. João da Madeira,
pertencentes ao Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV) e do Centro
Hospitalar de Entre Doura e Vouga (CHEDV), respetivamente, viu agora a
sua Fundação a ser também oficializada com um despacho assinado pelas
entidades governamentais do nosso país. A par disso, a Fundação José
Manuel In-Uba, criada desde outubro de 2017, cuja sede é em Bissau,
passa a ter agora uma nova representação, com instalações situada no
edifício do Corgalta, em S. João da Madeira. Em agosto de 2019, o
médico guineense mereceu uma distinção por um jornal da Guiné-Bissau
como “Figura da Semana”, cujo prémio irá agora receber na próxima
semana no seu país. Apesar de ter vindo ainda jovem para a Europa, com
o instituto de licenciar-se em medicina, José Manuel In-Uba, nunca
esqueceu a sua terra natal, a aldeia de Bindoro, em Mansoa, na região
de Oio, situada no norte da Guiné-Bissau. Com tanto que tem feito por
aquela comunidade em vários setores, como o ensino, a educação e a
saúde, todos vêm nele como um herói. Recentemente levou até ao seu
país uma equipa de 14 profissionais da saúde, entre eles médicos
(ortopedistas e anestesistas), enfermeiros (de bloco operatórios e de
urgência), que ao longo de duas semanas realizaram mais de 145
operações. No entanto, desde 1994, o médico guineense já criou seis
escolas na aldeia de Bindoro, aproveitando os espaços que lhe foram
cedidos, e paga mensalmente do seu próprio bolso os ordenados de 10
professores que que ensinam, cerca de 600 crianças, onde aprendem
várias disciplinas, entre elas a língua portuguesa. É importante
sublinhar que estas escolas de Ensino Básico Unificado de Bindoro,
para além de terem vindo a ser patrocinado pelo médico José Manuel
In-Uba, desde a sua criação com fundos próprios, uma ação de
generosidade reconhecida publicamente pelas autoridades nacionais da
Guiné-Bissau, alberga ainda um número muito significativo de crianças
estudantes de outras aldeias vizinhas. Para uma melhor compreensão,
sem estas generosidades, os alunos teriam de fazer, muito deles, cerca
de 20 Km diariamente a pé, passando por caminhos tenebrosos de densa
vegetação, sujeitando-se a diversos perigos, incluindo ataques de
animais selvagens e ferozes. Segundo José Manuel In-Uba, a Fundação,
sem fins lucrativos, tem por objetivo e finalidade o desenvolvimento
da conceção à execução de apoios a programas e projetos de cariz
social, ambiental, cultural, desportivo, cívico e económico de
promoção da saúde e bem-estar. Cooperação, desenvolvimento,
assistência humanitária, ajuda de emergência, sensibilização da
opinião pública, proteção e promoção dos direitos humanos são alguns
de muitos outros objetivos e práticas da Fundação José Manuel In-Uba.