De visita a S. João da Madeira, a eurodeputada do partido Sandra Pereira inteirou-se da situação dos trabalhadores da “maior empregadora da região”
No âmbito de uma visita de trabalho ao distrito de Aveiro, a deputada do PCP ao Parlamento Europeu, Sandra Pereira, esteve recentemente em S. João da Madeira a recolher informações sobre a situação laboral no concelho, em particular a dos colaboradores da Faurecia. Esta é, segundo nota de imprensa remetida pela comissão concelhia de S. João da Madeira do PCP,“a maior empregadora da região”, tendo acumulado, só “entre 2017 e 2018”, “lucros no valor de 189 milhões de euros”.
Acontece que, de acordo com o comunicado dos comunistas recebido pelo labor,“perante a situação de pandemia, isso não reverteu a favor dos trabalhadores, já que “a grande maioria das duas unidades da Faurecia encontra-se em layoff; nestas duas unidades, os trabalhadores precários foram os primeiros a ser despedidos, demonstrando como este tipo de contratos são realmente uma antecâmara para o desemprego; e, já no início do surto, os trabalhadores foram enviados para casa recorrendo a empresa ao banco de horas e a férias”.
Para o PCP, “a atual situação de surto epidémico não pode justificar a perda de direitos ou de remunerações”, sendo que “o uso abusivo do instrumento layoff por parte das grandes empresas apenas visa transferir para os trabalhadores e para o orçamento da Segurança Social os custos desta crise epidémica”.
No texto enviado ao nosso jornal, os comunistas ainda referem que “o PCP não minimiza a situação difícil que, em particular, as micro, pequenas e médias empresas enfrentam e o esforço que estão a fazer no atual contexto”, contudo, também fazem questão de deixar claro que “esta não é a realidade das grandes e lucrativas empresas, muitas delas, neste momento, a distribuir dividendos pelos seus acionistas”.
O Partido Comunista Português “continuará a intervir na denúncia e exigência de medidas que salvaguardem os direitos dos trabalhadores e envia uma mensagem de confiança a toda a população dizendo para que não desista de lutar pelos seus direitos e que pode contar com o PCP nessa luta e reivindicação”, remata a nota informativa.
O labor tentou obter, por várias vezes, junto do grupo Faurecia uma reação a este comunicado remetido pelo PCP local, mas até ao fecho da presente edição não recebeu qualquer resposta.