mas vento novo volta sempre…
A tarde esvaía-se na solidão da noite que descia serra abaixo.
Acendi as luzes dentro e fora de casa.
O disco de vinil, meio abaulado, soltava em lentos solavancos
o final da Trova.
“Mesmo em tempo mais triste
Em tempo de servidão
Há sempre alguém que resiste
Há sempre alguém que diz não.”
A Trova entra no coração pela melodia, lirismo e ritmo da canção, mas também pela força do vento que passa. É porta aberta ao humanismo e à filosofia que dão força à poesia. Como diz Fernando Pessoa “ A trova é o vaso de flores que o povo põe à janela de sua alma”.